21 anos. Exímio ladrão de pedaços de animais.Alguém que se importa.

Uma alma sensí­vel.


18s
Aleatorium
Antimyxo.
Endorphina
Kill your Idols
Kool Thing
Necrometrópole
Reservatório
The Offender


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[sábado, novembro 19, 2005]

Cabeças vão rolar

Ainda faltavam seis horas e vinte minutos para que o expediente acabasse e Junqueira pudesse voltar para casa e trocar afagos ególatras com aquela deusa loira de um metro e oitenta que havia conhecido na noite anterior, em uma dessas salas de bate-papo muito bem freqüentadas, do tipo "Sexo com Leguminosas - SP". Tudo bem que Junqueira só estava trabalhando havia quarenta minutos, mas, puxa, seu emprego era maçante. Já não via a hora de ir embora. Para que o tempo passasse mais rápido, Junqueira valia-se do computador da empresa para realizar atividades engrandecedoras, como espionar o orkut da outra deusa loira de um metro e oitenta, que havia conhecido na noite anterior à noite anterior.
Seis horas, dezoito minutos, vinte segundos e cinqüenta páginas pessoais revistadadas de cima à baixo mais tarde, Junqueira estava liberto de suas obrigações para com a sociedade.
"Nossa. Mas que dia cheio. Estou tão cansado... Esta noite nem vou sentir minha cabeça encostar no travesseiro", pensou.
Andou até o estacionamento do prédio onde trabalhava, cumprimentou o porteiro e fez aquela já batidaça piada sobre o Corinthians, aquela mesma que vinha repetindo há dez anos, pegou as chaves, abriu a porta, entrou.
Saindo do prédio, Junqueira decidiu que precisava chegar logo em casa. Tinha que ligar para a namorada e seguir aquele velho roteiro de frases prontas. Acelerou seu possante em meio a centenas de outros carros, executando manobras que dariam inveja a Gugu Liberato, se este ainda trabalhasse no "Taxi do Gugu".
Junqueira agora, a plena velocidade, sentia a liberdade roçar-lhe a face em línguas de vento. Precisava de mais. Acelerou. Já estava trinta quilômetros por hora acima do permitido para aquela avenida, e os carros vinham com velocidade cada vez maior em sua direção, em intervalos de tempo cada vez menores. Algo como um Efeito Doppler muito doido.
Ao cruzar um farol fechado, Junqueira teve seu carro estraçalhado por um fusca. A alta velocidade fez com que se partisse em dois. O carro, não Junqueira. Não que a situação de Junqueira fosse muito melhor. Para ser sincero, não era nada melhor. Ao chocar-se com o outro veículo, o banco traseiro do automóvel foi lançado para frente, empurrando e arrancando a cabeça do motorista, que foi parar a uns dez metros do local.
Junqueira estava certo. Não ia mesmo sentir a cabeça encostar no travesseiro. Nisso que dá perdê-la no trânsito.


por Caniço Duvidosamente Pensante às
| 12:43 AM.

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[sábado, novembro 12, 2005]

De como o ócio regenera um homem

Perdido no ócio das primeiras duas horas de um sábado atípico, escrevi três textos. \o/
Tenho material pra um mês de blog, agora.


por Caniço Duvidosamente Pensante às
| 3:57 PM.

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De como perdi a Inocência

A Inocência, aquela menina tão legal, me largou e fugiu com um peão-de-obras. Só porque ele tinha uma espátula maior. Vadia.


por Caniço Duvidosamente Pensante às
| 12:32 PM.

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De como perdi a inocência

O metrô de São Paulo sempre é um ambiente agradável. E não estou falando apenas da grande solidariedade das pessoas que, nos horários de pico, gostam de dar grandes abraços em grupo (ou grandes encoxadas em grupo, mas aí eu seria obrigado a fazer um trocadilho com "pico", e eu não estou nem um pouco disposto a fazer isso - nem um pouco mesmo). Estou falando da quantidade insólita de diálogos interessantes.
Ontem, ao voltar para casa depois de mais um glorioso dia de árduos estudos, deparei-me com um desses diálogos. Para poder representá-lo aqui, tomarei a liberdade de chamar a interloculora de ObesaMórbida e a receptora de MulherQueFicavaEncostandoEmMimPorTrás. Espero que a MulherQueFicavaEncostandoEmMimPorTrás seja mesmo uma receptora, e não um receptor ou, pior, um interlocutor-receptor, o famoso sujeito interpenetrante.
- Hoje vou me acabar de tanto dançar! - disse a ObesaMórbida.
-Ah, é? E onde é que você dança? - perguntou-lhe a MulherQueFicavaEncostandoEmMimPorTrás.
- No Mistura.
- Ah, no Mistura?
- É. Lá no Tatuapé. Sabe qual é o problema do Tatuapé? Os meninos de lá são muito gostosos.
- HeAHuAHaEHuAhUa!!!!!!
E riu por um bom tempo. Tá, talvez ela não tenha rido assim, mas eu aposto que riria, caso tivesse à sua disponibilidade um teclado.
- Muito gostosos. - continuou a Obesa Mórbida.
- Nem me fale. - disse a MulherQueFicavaEncostandoEmMimPorTrás.
E ainda repetiu esse "Nem me fale" mais umas duas, três vezes. Nem te falo então, mulher. Como se alguém quisesse falar uma MulherQueFicavaEncostandoEmAlguémPorTrás...
- As minhas amigas mais velhas, de trinta, trinta e dois anos... Elas só querem homem rico! Não pode! Tem que viver a vida! Lá no mistura, além dos meninos serem muito gostosos, todos têm carro! E elas nunca conseguem ninguém. Tem que viver a vida!
- É verdade.
Depois desse ponto, as coisas começaram a ficar turvas e eu perdi os sentidos. Quando recobrei a consciência, horas depois, percebi que estava deitado e, pelos tiros que podia ouvir ao longe, imaginei estar em algum lugar próximo a Itaquera. Ao abrir os olhos, deparei-me com costas peludas e suadas. Aquela MulherQueFicavaEncostandoEmMimPorTrás era mesmo uma mulher muito estranha.


por Caniço Duvidosamente Pensante às
| 12:27 PM.

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