[terça-feira, janeiro 31, 2006]
Sobre tangerinas e bichos-da-seda.
Uma coisa que sempre me deixa meio preocupado quando eu leio livros é quando os personagens se metem em calças de enfiar.* Quer dizer, imaginem a seguinte passagem:
Jonas, confortavelmente acomodado em sua voltaire, refletia sobre a vida no fundo de sua xícara de xá. Sim, havia um xá na xícara de Jonas. De súbito, o xá voltou-se para Jonas e cheio de pompa a ele se direcionou. "Oba, firme?".
Jonas retorquiu a pergunta de seu inusitado companheiro com um "Nunca estive tão firme". O xá e Jonas, então, meteram-se em calças de enfiar, que, diferentemente das calças sociais, não têm o inconveniente da necessidade do esmero e do cuidado com a sujeira. Porque conforto é fundamental.Perturbador, hã? Agora imaginem uma criança lendo isso. Imaginem. Por favor, imaginem. Quero todo mundo imaginando, vamos lá.
(...)
Peraí, você! Por que você está tendo uma ereção? Oh, Deus, você está imaginando a criança lendo isso e... Ah, não! Temos um pedófilo aqui, gente! E, ainda por cima, está usando calças de enfiar! Seu doente. DOENTE!
* Frase de, no mínimo, três sentidos diferentes. Eu sei que é triste ter que ficar avisando assim os visitantes, mas só eu entendo meu humor genial.
por
Caniço Duvidosamente Pensante às
|
10:35 PM.
____________________________
[segunda-feira, janeiro 30, 2006]
De como ingleses são fofos.
- ...
- O que está olhando?
- ...nada!
- Huuuuum... Garotão!
- Hã?! Por quê?!
- Está olhando para aquela mulher que vem vindo, ali.
- ...não, não!
- Está, sim!
- ...tá, estou.
- Não precisa se envergonhar.
- Não é isso. É que ela tem uma beleza tão... chamativa.
- Tem?
- Tem. Lembra alguém famoso.
- Lembra mesmo. Pensando bem, ela é bastante bonita, mesmo.
- Eu sei. Veja, agora que ela está mais próxima, fica mais fácil de olhar para ver com quem ela parece.
- ...
- ...
- Já sei com quem ela se parece.
- Com quem?
- Com o Mr. Bean.
- ...pelo amor de Deus! Não!
- Peraí. É um homem!
- Não é!
- É sim. Olhe a barba!
- Não é barba! É... é... é fuligem!
- Fuligem?
- É! Ela acabou de sair do trabalho. Trabalha em uma fábrica. Por isso esses braços musculosos.
- Não existem fábricas por aqui.
- E não existem mulheres de barba.
- É porque não é uma mulher.
- Está dizendo que eu não sei a diferença entre um homem muito atraente e uma mulher?
- Basicamente.
- Olha, ela vai se sentar na mesa ao lado da nossa.
- Por Deus, homem! Estamos em uma boate gay!
- Mulheres procuram homens sensíveis neste tipo de lugar.
- Pelo volume dentro da calça, sensibilidade é uma das últimas coisas que esse cara procuraria em um homem, se bem me entende.
- Não tem volume nenhum! É o cavalo da calça!
- Tem razão, o homem é um cavalo.
- Chega. Não dá pra discutir a beleza feminina com alguém que usa calças de couro.
- Você está usando uma de camurça!
- "Camurça". Só de conhecer essa palavra você já cai no descrédito. Como alguém que fala "camurça" pode se sentir atraído pela beleza feminina?
- Há pouco tempo você pediu uma porção de "pêfegos".
- Pedi. Eu gosto de
pêfegos. Isso afeta a minha heterossexualidade?
- Tanto quanto o fato de você achar o Mr. Bean um sujeito bem apessoado.
- Ah, não agüento mais você! Vou para casa assistir Dawson's Creek que eu ganho mais!
- Vá com Liberace.
- Seu... seu... BOBO!
- Ah, morra, viado.
por
Caniço Duvidosamente Pensante às
|
11:18 AM.
____________________________
[domingo, janeiro 15, 2006]
Fast Food(a)
O homem entra no bordel, digo, na pizzaria.
- Me vê uma espanhola sem calabresa.
- É pra já, chefia. Com ou sem aliche? - responde o cafetão, digo, atendente, com ar entornado de brejeirice.
- Deixa que a aliche eu boto. - diz o homem, dando uma piscadela marota.
Os dois ficam a contemplar-se mudamente, enquanto a espanhola é preparada. Algumas moças, digo, moscas, pairam por sobre os homens, fazendo com que tenham espasmos musculares involuntários de segundo em segundo.
Após alguns minutos, a espanhola fica pronta.
- Vai comer aqui ou em casa? - pergunta o assistente.
- Em casa. Como eu poderia botar aliche na minha espanhola aqui?
- Vai saber? Outro dia um negrão com um arenque gigantesco apareceu por aqui. Pensei até em perguntar algo como "Isso no seu bolso é um arenque ou você está feliz em me ver?", mas não deu tempo. Ele já chegou sacando.
- Foda.
- Eu não, meu amigo. Quem pagou aqui foi você.
por
Caniço Duvidosamente Pensante às
|
11:26 PM.
____________________________
Às telúricas filológicas.
Até o Jonas pegava a Xuxinha. diz:Ah, falando em coisas bizarras...
Deixa eu ver se acho um negócio.
Antropocóilos diz:Perdeu seu pênis?
HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUSDNPOASNFOUSAIFNBASOUIDNIOASÇ!
(...)
Como eu sou engraçado.
por
Caniço Duvidosamente Pensante às
|
12:23 AM.
____________________________
[terça-feira, janeiro 03, 2006]
O Sorumbático Cacarejar de uma Alma em Frangalhos
Qual é o problema das pessoas? Escolher roupas não é complicado. Uma calça qualquer, já que calças não costumam diferir muito de uma para outra, uma camiseta qualquer, já que camisetas não costumam diferir muito de uma para a outra, uma blusa qualquer, já que blusas não costumam diferir muito de uma para a outra, e, caso você seja um sujeito um tanto quanto vanguardista, uma pochete qualquer, já que pochetes não costumam diferer muito de uma para a outra.
Desde que você use pelo menos uma peça de roupa de couro e não faça combinações esdrúxulas, como salmão com ocre, que é algo to-tal-men-te gritante, você não precisa se preocupar muito com as roupas que usa. Mas nãããão... As pessoas adoram complicar.
"Vamos botar alguma coisa na cabeça", elas dizem. Coisa que, na minha humilde opinião, é exatamente o que elas deveriam fazer. Botar algo na cabeça. Nanocéfalos. É assim que nascem os bonés.
Se tudo tivesse parado por aí, até seria algo aceitável. Tudo bem, se as pessoas querem parecer idiotas, deixe elas. Mas nãããão...
"Vamos misturar cores", elas dizem. E é assim que nascem os bonés bicolores.
Os bonés bicolores são o signo máximo da decadente sociedade humana. Especifico o tipo de sociedade porque, ao generalizar, estaria também englobando nesse mundo de podridão estética as formigas, as abelhas e os cupins, e, ao que me consta, esses bichinhos não têm por hábito usar bonés bicolores.
"Ei, Humberto, uma vez eu vi uma formiga de boné bicolor", o amigo leitor dirá. Não, você não viu nada, seu leitor de merda. Você que vá para o inferno, me ouviu? Que vá para o inferno. Humpf. Desculpem, outros amigos leitores, é que eu fico muito bravo com gente ignorante.
Continuando. Ao misturar... digamos... branco com preto... em um boné, seu usuário adquire feições... digamos, "especiais", no sentido
AACDístico da palavra. E é esse tipo de retardado que visita o blog dos outros e diz que vê formigas com bonés bicolores. Bando de maconheiros filhos de umas putas. Desculpem de novo, outros amigos leitores, é que eu fico muito bravo mesmo com gente ignorante.
A solução, o astuto leitor pergunta? Nas palavras do letradíssimo barão de Von Dutch,
"A solução é hipertônica". Muito sabido, esse tal barão. Muito sabido mesmo.
por
Caniço Duvidosamente Pensante às
|
10:58 PM.
____________________________
