[terça-feira, maio 23, 2006]
Da volúpia etílica
Conta-se nos meios alternativos que, durante a rereinauguração do busto de Álvares de Azevedo, logo após o discurso do ilustre professor Dalmo de Abreu Dallari e concomitante ao início das festividades (leia-se:
distribuição de alcoólicos), um mendigo, que chamaremos carinhosamente de
Paçoca, devido à inscrição de seu boné - algo como “Paçoca” -, teria compartilhado de todo o espírito franciscano (leia-se:
entrado para a fila do vinho).
Após rejeição primeira de uma veterana um tanto quanto cruel, Paçoca teria pedido, com carinho, segundo ele mesmo, para que ela colocasse bem pouquinho de vinho em seu copo plástico anatômico. A veterana teria, então, cedido aos seus apelos, parte por Paçoca ser um doce de pessoa, parte pela grande acréscimo de pessoas na fila.
Paçoca, com toda a desenvoltura que alguém com um boné “Paçoca” pode ter, teria virado o copo em um só gole. Sua expressão teria amarrado. Expressão esta que nunca condiziria com um apelido tão amendoinzado. Neste momento, tenho certeza, Paçoca teria trocado de boné, se pudesse. Escolheria algo apropriado. “Leite de Magnésia”, talvez. Que seja.
Leite de Magnésia - ou Paçoca, como queiram -, cuspindo todo o vinho, teria bradado, indignado:
“- Que horror! Mas que porra de vinho barato é esse?”
Ou pelo menos é o que se diz por aí.
por
Caniço Duvidosamente Pensante às
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10:46 PM.
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