[quarta-feira, março 29, 2006]
Dos alterados metroviários
É sempre interessante ouvir aquelas mensagens decoradas que os motoristas de metrô, ou, no jargão metroviário, os
tiozinhos do metrô, falam, de tempos em tempos. Hoje, por exemplo.
"Os assentos de cor cinza são de uso especial
". Até aí, tudo bem. É claro que o uso de "
especial" em detrimento de "
preferencial" feriu um pouquinho meu coração. Nada grave. Não obstante, a mensagem continuou.
"...erh... uso especial
. Seja... hum... seja... seja cavalheiro
! (...) Ou dama
. Respeite esse direto
... direito
. Direito!". Lamentável.
por
Caniço Duvidosamente Pensante às
|
12:13 AM.
____________________________
[sábado, março 25, 2006]
Dos jocosos professoresO amigo leitor também não adora quando está em uma aula de Economia Política, classificando tipos de impostos, e o professor pergunta, maroto, em qual tipo de classificação - municipal, estadual ou federal - o INSS entra, para, logo depois, posicionando as duas mãos espalmadas nos quadris e, inclinando-os para a frente, soltar um "INSS é um instituto! Hááá! Pegadinha do professor!", cheio de orgulho?
por
Caniço Duvidosamente Pensante às
|
2:22 AM.
____________________________
[sábado, março 18, 2006]
Efeito Catapulta ou De Como me Tornei um Comedor de Churrascos Gregos Sem Necessariamente me Tornar Entusiasta da Prática do Famigerado Beijo Compatriota
O que me incomoda em estudar no centro de São Paulo não é ter que usar o metrô e pisar em seu piso constantemente sujo de vômito alheio. Não, não. Isso eu faria de qualquer forma, estudando lá ou não. Aliás, isso até me agrada. É assaz divertido dispor-me a adivinhar o que as pessoas tomaram no café da manhã. Certa feita, um grão de feijão grudou na minha perna, quando eu entrei no vagão e não percebi que a porta estava envolta em fluidos estomacais de alguém e, quando se fechou, raspou em mim. Foi agradável, até. Era um feijãozinho vermelhão. Fiquei pensando se aquilo não teria algo a ver com partes fundamentais à vida de alguém, mas preferi optar por acreditar que era um feijão, e não um pedaço de rim regurgitado. De qualquer maneira, não é isso que me incomoda.
O que me perturba também não são os pregadores da Sé e suas Bíblias mágicas. Não, não. Eles vestem roupas estilosas.
Dândis de Cristo nunca me perturbariam. De jeito nenhum. Além do mais, eles reúnem multidões. Isso conta alguns pontos no meu critério de avaliação de pregadores que merecem minha admiração. É claro que o fato de reunirem multidões está diretamente relacionado ao fato de serem dândis de Cristo. Quer dizer, o trabalhador habitual está passando pela Praça, apressadamente, e se depara com um exemplo de garbo e elegância. Ele pensa
"Nossa, mas que aprumo! Que toga magnífica!". Sim, porque alguns usam togas. Esses caras são profissionais. Gente com estilo nunca me perturbaria.
O que me tira o sono não são as frutas bizarras muito semelhantes em forma a
fetos portadores de elefantíase em posição... hã...
fetal... que são abertas a facadas na apresentação de uma nota de dois reais. Não, não. Nem seus cheiros...
exóticos. De forma alguma frutas...
interessantes... me tirariam o sono.
O que me chateia, mesmo? Dêmos nomes aos bois. Ou às vacas, sei lá. Chamemos o que me chateia de
Dolores. A Dolores, aquela prostituta que fica em frente ao "
Churrasco Grêgo do Careca". Aquele mesmo, que
é nutritivo, é saudável e é vitaminado, segundo o próprio Careca. Sempre que passo por lá, a Dolores me questiona sobre minha disponibilidade para passar bons momentos com ela a preços módicos. Algo em torno de um sanduíche de presunto na padaria da esquina. Quer dizer, eu pensei que eu fosse especial. Afinal, nem mesmo prostitutas saem por aí oferencendo "diversão", usando palavras do jargão
putal, para qualquer um. Mas, como descobri nesta semana passada, a Dolores oferece diversão para todos os estudantes.
TODOS. Ah, sim, isso me chateia um bocado. Esquarteja meu coração. Com licença, amigos, que eu vou expeli-lo a golfadas no chão do metrô.
por
Caniço Duvidosamente Pensante às
|
4:47 PM.
____________________________
[sábado, março 11, 2006]
Conversas motivadas por escrepes
- Mas e aí? Quanto você mede?
- Bem, digamos que eu era chamado de "Mastodonte", na faculdade.
por
Caniço Duvidosamente Pensante às
|
11:10 PM.
____________________________
Cacofatário
Pensava não em te ter, mas em me ter
Me ter em você, porque, cria eu, assim, te tinha
Te tinha feliz, risonha e robusta
E de sua graça muito ainda me havia dar
Eu que já havia dado de mim e um pouco além
Havia dado de "Amo ela" também
por
Caniço Duvidosamente Pensante às
|
10:39 PM.
____________________________
Life is but a dream for the dead
É engraçado como a experiência jurídica que eu tive até agora me tem direcionado para a direção de que os estudiosos do Direito, em seus livros, discorrem sobre tudo, de metalinguagem a linguística. Discutem tudo. Tudo mesmo. Tudo menos Direito.
por
Caniço Duvidosamente Pensante às
|
10:09 PM.
____________________________
Das negativas
Aqui estou eu, em casa, em pleno sábado à noite, enquanto meus colegas universitários enchem a cara e caem de bêbados pelos rincões do centro de São Paulo. Alguma coisa está muito errada. Talvez eu devesse comprar alguma bebida e cair de bêbado por algum rincão do centro do meu quarto.
por
Caniço Duvidosamente Pensante às
|
10:03 PM.
____________________________