21 anos. Exímio ladrão de pedaços de animais.Alguém que se importa.

Uma alma sensí­vel.


18s
Aleatorium
Antimyxo.
Endorphina
Kill your Idols
Kool Thing
Necrometrópole
Reservatório
The Offender


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[sábado, abril 29, 2006]

Saladino, filho de Otávio.

Otávio estava começando a perder os cabelos. Agora era definitivo. Com medo de se ver privado de seu principal atrativo, saiu pela cidade, procurando tratamentos anti-calvície. Depois de muito procurar, encontrou um consultório que poderia solucionar seu problema. O médico informou o custo da operação e falou sobre seus riscos, dentre os quais figurava a esterildade, risco que assustou Otávio, que era casado havia cinco anos e não tivera filhos até então.
Conversou com a esposa, em seu apartemento, e a convenceu da urgência da aplicação do método, sob promessa de guardar amostras de sêmen em um banco, para quando quisessem ter crianças.
Otávio pagou o tratamento e voltou para casa todo feliz - as sessões começariam em duas semanas. Chegando em casa, lembrou-se da promessa que fizera à esposa e, desesperado, deu-se conta de que seria impossível pagar para um banco de sêmen reter sua amostra, uma vez que o tratamento havia esgotado todos os seus recursos financeiros. Ainda meio atordoado, teve a idéia redentora: guardaria as amostras no freezer de sua Brastemp! Não contou nada à mulher, para não causar constrangimentos.
Os anos passavam e a cabeleira de Otávio permanecia volumosa, angélica, quase que atômica, na concepção cogumelística de se ver as coisas. Sua esposa agora queria filhinhos e exigia que Otávio fosse ao banco buscar as amostras.
Otávio não sabia o que fazer. As amostras estavam em seu freezer, em uma embalagem de salada, daquelas que a gente deixa no congelador por meses e, depois, lembra que comprou, num dia distante das nossas vidas, só porque achou legal o fato de o mercado vender salada congelada. Sua mulher estava sempre em casa e, portanto, seria impossível mexer no freezer sem que ela percebesse. Resolveu retirá-las de madrugada, enquanto a esposa estivesse domindo. Pensou nos pormenores do plano naquela tarde - pensou em como não acordar a esposa, memorizou o trajeto, a fim de realizá-lo no escuro, e deu-se por satisfeito após algum tempo de maquinação. E assim fez.
Entre os peitos de frango e outras embalagens de produtos congelados, como sopas, pizzas, croquetes de camarão com rúcula e mais saladas - coisas que estavam amontoadas no congelador havia pelo menos cinco anos, como em todo congelador que se preze -, sacou as amostras. Agora que as havia recuperado, não precisava mais se importar com o sono da mulher. Acendendo a luz e correndo como um doido, ainda de pijamas, acordou a mulher.
- Mulher, mulher! Vamos ter esse filho, que hoje eu estou que estou!
A mulher, um pouco sonolenta, comentou algo sobre o fato de ele estar usando aquele pijama ridículo de novo e voltou a dormir. Satisfeito, colocou as amostrar no freezer, mais uma vez. Agora poderia dizer que havia ido à noite ao banco (que, na versão dele, funcionaria vinte e quatro horas) e que voltara para casa cheio de vontade de levá-la a uma clínica de inseminação, para ter logo aquele filho que ele tanto queria, mas que fora impedido pelo sono da esposa. E assim fez.
Otávio e sua mulher, radiante, entraram na clínica no dia seguinte. Após esperarem por algum tempo pela consulta, entraram. O doutor era um tanto quanto decrépito e usava óculos grossíssimos, que provocaram em Otávio certo ciúme, por chegarem tão perto dos seios da esposa, mesmo o doutor estando a meio metro de distância dos dois.
Após os exames de praxe, deu-se início ao procedimento. Algumas horas depois, os novos papai e mamãe voltavam para casa.
Nove gloriosos meses se passaram. A iminência do parto fazia com que a ansiedade aumentasse a cada dia que passava.
Como sua esposa já não podia mais cozinhar, Otávio resolveu que era hora de fazer aqueles maravilhosos croquetes de camarão com rúcula. Abriu o freezer e começou a tateá-lo, em busca do jantar. Foi quando seu corpo gelou. É, realmente aquele freezer era bastante frio. Mas havia algo de estranho. Otávio começou a tirar as embalagens de salada uma a uma, a fim de encontrar com mais facilidade os croquetes. Foi quando seu corpo gelou mais uma vez - e agora não foi tanto por causa da temperatura. Lá estava a embalagem com as amostras. Sem entender o que estava acontecendo, olhou embalagem por embalagem e descobriu que uma das saladas doces (essas maravilhas da tecnologia, com pedaços de frutas e tudo mais) estava faltando. Da cozinha, ouviu os gemidos angustiantes de sua mulher e soube que ela iria dar à luz muito em breve. Levou-a ao hospital. Deu-se início ao procedimento de parto.
Otávio havia entrado em completo estado de choque, na sala de espera. Horas depois, os médicos deram por bem sucedida a operação. Tudo correu bem, maravilhosamente bem, e agora Otávio era o orgulhoso pai de uma melancia de sete quilos.


por Caniço Duvidosamente Pensante às
| 12:56 AM.

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[quinta-feira, abril 27, 2006]

De como reformular um post sem graça e chato

Peguei o ônibus errado e desci na estação terminal para, dois minutos depois, entrar no mesmo ônibus, a fim de finalizar minha viagem. Para não passar a vergonha de pagar duas passagens em menos de quinze minutos, comecei a maquinar desculpas geniais para usar com o cobrador, como "Recebi duzentos reais e devo gastá-los em transportes públicos em menos de duas horas para ganhar um Air-o-Space Sofa Bed", mas acabei por simplesmente pagar e ir sentar no final do ônibus. Coisas da vida.


por Caniço Duvidosamente Pensante às
| 11:58 PM.

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[terça-feira, abril 25, 2006]

Dada vida em sua essência

Foi quando entrei no metrô e ouvi duas mulheres conversando. "Senta ali no idoso", disse uma delas. Algum tempo pessou e a outra gritou algo como "Ai, meu mamilo". A partir daí as coisas ficaram nebulosas demais e eu acordei nu no meio da Marginal Pinheiros, com vinte paus no bolso, uma câmera na mão, milhares de sonhos na cabeça e muito Jesus no coração.


por Caniço Duvidosamente Pensante às
| 12:02 AM.

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[sexta-feira, abril 21, 2006]

Dos Espetos Mistos

Ontem passei pelo Centro às oito horas e, para meu espanto, vi Dolores, a meretriz que trabalha em frente ao "Churrasco Grêgo do Caréca", dando duro logo de manhã. Um exemplo de mulher.


por Caniço Duvidosamente Pensante às
| 2:03 AM.

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[quinta-feira, abril 20, 2006]

Da falta de auto-conhecimento

A transferência de "Imag011.jpg" está concluída.

Antropocóilos diz:
Não ficou uma boa foto.
¿A que eres tonto? diz:
Ulti?
Antropocóilos diz:
...onde?
¿A que eres tonto? diz:
Quem é do seu lado?
Antropocóilos diz:
...você!
¿A que eres tonto? diz:
CARALHO!
¿A que eres tonto? diz:
CARALHO!
Antropocóilos diz:
...é.
¿A que eres tonto? diz:
Faz tempo, isso.
Antropocóilos diz:
Seis meses.


por Caniço Duvidosamente Pensante às
| 12:55 AM.

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[sexta-feira, abril 14, 2006]

Das viadices atemporais

Ok. Quando você chora ouvindo a uma versão de "Can't Get You Out of My Head" da Kylie Minogue, feita pelo Flaming Lips, você perde um pouco do seu amor próprio. Sigur Rós e velhinhos brincando, vá lá. Mas Kylie Minogue... é humilhação demais.


por Caniço Duvidosamente Pensante às
| 2:28 AM.

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[quinta-feira, abril 13, 2006]

Das idéias que revolveram minha mente em tempos passados e, graças ao bom senso, foram repelidas energicamente I

Seria muito engraçado se o velhinho da novela acabasse pegando as duas lésbicas. De uma vez. E, em vez de dizer seu famigerado bordão, "É um desrespeito com o idoso!", dissesse algo como "É muito peito prum idoso!".


por Caniço Duvidosamente Pensante às
| 10:01 PM.

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[quarta-feira, abril 12, 2006]

Bloqueios do avanço do conhecimento geral humano e suas conseqüências danosas para a sociedade como um todo

Ia escrever hoje, mas acabo de beber de uma só vez um litro e setecentos e cinqüenta mililitros de milkshake de creme e estou passando mal demais para isso. E sim, eu bebo milkshake (só pro caso de alguém vier perguntar nos comentários algo como "O quê?! E cadê o absinto?", embora eu saiba que isso só vai fazer com que comentem "O quê?! E cadê o absinto?" e até goste um pouco da idéia de que alguém possa chegar no meu blog, ler este parágrafo e comentar "O quê?! E cadê o absinto?" quando, na verdade, não deveria comentar "O quê?! E cadê o absinto?", sendo que a utilidade da frase precedente destes parênteses e destes parênteses mesmos é deixar claro que coisas como "O quê?! E cadê o absinto?" não deveriam ser perguntadas).


por Caniço Duvidosamente Pensante às
| 12:16 AM.

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